Olá, amigos!
Compartilho hoje uma experiência inesquecível: a visita a um dos lugares mais mágicos do planeta. Acabo de volar de uma viagem ao Peru e este é o primeiro de uma série de posts, pretendo contar mais detalhes sobre tudo o que aprendi neste país de história e cultura tão ricas. A cidadela de Machu Picchu foi construída num lugar inimaginável, cercada de montanhas imponentes, de uma natureza exuberante... e qualquer descrição nem chega perto de traduzir a emoção de estar lá. Mas vamos contar do princípio:
Partimos de Cusco e chegamos de trem a uma simpática vila chamada Aguas Calientes, espremida entre altas montanhas e próxima ao Santuário. É lá que ficam hospedados os turistas que chegam de todas as partes do planeta. De lá partem os ônibus para subir as montanhas rumo à cidadela.
Aguas Calientes está muito bem preparada para receber os visitantes, com vários hotéis, hospedarias, lojas e restaurantes. Aliás, a culinária peruana é deliciosa e os preços não são caros. Ficamos por lá apenas uma noite, mas eu pretendo retornar e passar mais dias pra conhecer melhor o local.
Em novembro começa a estação das chuvas, por sorte naquele dia não choveu. A temperatura estava amena, em torno dos 26 graus centígrados. Ali começa a selva amazônica. O rio Urubamba (sagrado para os Incas) corta a cidade e vai desaguar no rio Amazonas.
De manhã bem cedo pegamos o ônibus para subir as montanhas. Quem quiser pode percorrer a trilha original dos Incas e subir as montanhas a pé. Quanto mais subíamos, mais ficávamos impressionados com a beleza da paisagem e o poder das montanhas altíssimas.
Vejam lá embaixo o rio Urubamba, cortando o vale. Uma visão de tirar o fôlego!
Depois de passar pela bilheteria e subir muitos degraus, finalmente a primeira visão da cidadela, que fica localizada no topo de uma montanha a 2.400 metros de altitude.
É realmente uma construção espetacular. Um conjunto de ruínas de uma cidade pré-colombiana, escolhida pela UNESCO como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. Atualmente é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
É um santuário para a adoração da natureza, com templos e palácios, destinado apenas à elite do povo Inca. Foi mandada construir por Pachacuti, o nono e o mais importante dos Incas, que reinou de 1438 a 1471. Uma morada real estratégica, escondida e protegida.
Os conquistadores (invasores) espanhóis não conheceram Machu Picchu, as ruínas da cidade felizmente sobreviveram ao tempo e aos saques. A “Cidade Perdida dos Incas” só foi revelada ao mundo em 1911 depois que foi “descoberta” pela expedição do historiador americano Hiram Bingham, patrocinada pela Universidade de Yale.
Hiram Bingham veio à América do Sul para realizar estudos sobre Simon Bolívar e sobre o General San Martin que comandaram as batalhas pela independência da América Espanhola. Bingham foi a Cusco e lá teve notícias sobre a existência de uma capital dos Incas (Vilcabamba), escondida no meio da floresta e que foi o centro de resistência dos Incas na luta contra os espanhóis.
Na tentativa de encontrar Vilcabamba, Hiram Bingham seguiu mata a dentro. Passou por desfiladeiros entre as montanhas, guiado por camponeses que conheciam os caminhos de Machu Picchu. Quando lá chegou, a cidade estava invadida pela floresta. As ruínas impressionaram o explorador, que se dedicou a estudar Machu Picchu e lá retornou nos anos seguintes, realizando expedições em 1912, 1914 e 1915. Escreveu um livro sobre a “descoberta”, denominado A CIDADE PERDIDA DOS INCAS.
Os Incas eram um povo que adorava o Sol como seu principal deus. O ano novo de seu calendário acontecia no dia 21 de junho, solstício de inverno no hemisfério sul, quando o dia tem a duração mais curta. Vejam acima um templo semicircular destinado ao Sol. No dia 21 de junho o Sol desponta por trás das montanhas e a janela do templo se alinha exatamente com o primeiro raio solar.
Olhei para cima e lá estava ele, nosso astro-rei, cercado por um arco-íris (creio que por causa da umidade relativa do ar). Fácil entender porque ele era adorado pelo Incas.
Machu Picchu significa “Velha Montanha” no idioma antigo dos Incas (quéchua). Na verdade é o nome daquela montanha mais alta na foto acima. Os aventureiros mais ousados sobem até lá. Aliás, há várias opções de trilhas e passeios ao redor da cidadela, pra quem vai com tempo e energia disponíveis.
Ficamos encantados com o nosso guia, que nos contava as histórias de seus ancestrais com paixão e orgulho. Darwin (nome curioso pra um peruano) estava há 30 anos fazendo aquele trabalho e mantinha sua empolgação. Dava gosto de ver.
A cidade tem duas grandes áreas: uma agrícola, cheias terraços que parecem escadarias, lugares de armazenamento de alimentos e outra urbana, representada por casas, palácios, templos e praças. O material para a construção estava disponível no próprio local. Vejam na foto acima, a quantidade de pedras de granito que foram cuidadosamente talhadas e usadas para erguer a cidadela.
Tudo naquele lugar impressiona. Um dos detalhes que mais chama a atenção é a perfeição com que os blocos de pedra eram encaixados uns nos outros, sem o uso de argamassa. Algumas estruturas evidenciam os conhecimentos de astronomia dos Incas, como a determinação das posições de solstícios de verão e de inverno.
A cidade foi construída com técnicas que a protegiam dos terremotos comuns na região e um sistema de drenagem que evitava desmoronamentos por causa da chuva. Várias camadas de pedras com tamanhos diferentes eram sobrepostas permitindo a infiltração e escoamento natural da água da chuva em canais de drenagem.
Quem visita Machu Picchu também tem a opção de subir a trilha da montanha que compõe o complexo - Huayna Picchu (vejam na foto acima). Mas é preciso comprar um ticket especial com pelo menos um mês de antecedência, pois apenas 400 pessoas por dia podem subir ao local. 200 pessoas sobem entre 7 e 8 horas da manhã e outras 200 entre 10 e 11 horas. O ideal é ir mais cedo, pois o sol pode castigar. A trilha é difícil, mas não impossível. Não tínhamos comprado os tickets e ficamos de fora desse programa.
Mas tivemos bastante tempo para passear pela cidadela, caminhar entre seus corredores e escadas. Confesso que mais parecia um sonho. Eu e minha amiga Mônica Souza trocamos consultas numa choupana em plena cidadela. Fiz a análise astrológica de sua revolução solar e ela tirou tarô pra mim.
Machu Picchu ainda não estava totalmente concluída quando foi abandonada pelos Incas na metade do século XVI. Uma epidemia de varíola trazida pelo espanhóis obrigou o povo a abandonar a cidade. O auge do império Inca, que abarcou mais de 5 mil quilômetros da cordilheira do Andes foi efêmero, durou apenas 100 anos. Mas seu grande legado chegou aos nossos tempos.
Reservei um tempo para ficar sozinho, em silêncio, meditando, agradecendo e admirando a beleza da paisagem. A grandiosidade do local é mesmo muito emocionante.
Retornamos no meio da tarde para Aguas Calientes para mais algumas fotos do vilarejo. Vejam abaixo uma estátua de Pachacuti com um condor, uma pantera e uma serpente. É o totem peruano, que na cultura Inca representa o mundo superior (condor), o mundo terrestre (pantera) e o mundo subterrâneo (serpente).
No fim da tarde pegamos o trem da Perurail volta para Cusco. Estou decidido a voltar e repetir a experiência. Como já disse, pretendo ficar alguns dias em Aguas Calientes para aproveitar melhor a quantidade de trilhas, passeios e opções turísticas disponíveis.
O simpático trem tem janelas no teto para melhor apreciação da rica vegetação e das montanhas. Pra concluir a postagem, indico a agência de turismo que organizou para nós o passeio - a Machu Picchu Brasil - especializada em passeios no Peru. Indico com gosto, pois foram muito atenciosos e profissionais.
Espero que tenho gostado do relato e das fotos! Sejamos felizes!!!
7 comentários:
Olá, obrigada pela partilha. Também já fiz essa viagem ao Machu Picchu (em 2010) e também gostei muito. Fiquei muito impressionada com a beleza do Peru e do Brasil também (sou de Portugal).
Beijinhos
Muito bacana Marcelo, ano que vem esterei lá. Abs.
*Querido Marcelo !!!
Estou aprendendo muitas coisas
boas, bonitas, interessantes contigo
através deste teu blog ! *Muito
obrigada !!!
*Marcelo, confesso que
considero-me semi-alfabetizada em
Geografia e História ( em outros
assuntos também ! kkkkkkkkkkkk) e
gosto de ler posts, relatos sobre
viagens desse tipo para diminuir
o meu grau de "analfabetismo !"
*Vou indicar a leitura deste
teu post para algumas colegas
professoras de Geografia, História
e Arte !!! Elas vão gostar tanto
quanto eu !!! :))
*Gostei do teu relato e das
tuas fotos !!! (*Pena que vocês
não puderam fazer aquele passeio :
a trilha da montanha que compõe o
complexo - Huayna Picchu !!! Quem
sabe, você poderá fazê-lo quando
retornar para o vilarejo "Águas
Calientes; né ?! O.O !!! "
*Gostei da foto da sua pessoa
aqui e vou salvá-la aqui na minha
pasta sob o título "Amigos da
Blogosfera ! " (Você parece ser
uma pessoa alegre, jovial,
inteligente, cheia de VIDAAAA !!!
Isso é ÓTIMO !!! ).
*Marcelo, vou dar uma olhada
no site dessa agência de turismo
que você recomenda aqui !!!
*Meu amiguinho, continuarei
lendo aqui os teus posts sobre
esta sua MARAVILHOSA viagem pelo
Peru !!! :))
*Bom domingo.
*Um abraço.
P.S. - Nada entendo de artes
plásticas, arquitetura ...
todavia, te digo : impressionante
a EXATIDÃO da construção dessa
cidade escondida - e construída !
- pelo povo INCA !!! Eram, sem
dúvida !!! ,
inteligentíssimosssssssssssss !!!
Outra observação : corajoso este
historiador americano Hiram
Bingham !!! Imagino o trabalho
que o mesmo teve !!! Meu Deus !!!
(*Ainda bem que existem pessoas
no mundo como ele; né ?! Hehehe).
Ah, gostei muito do totem peruano
!!!
Tb já fiz esse passeio, fui pro Inti raime, super recomendo que vá com mais dias livre. Fiquie uma semana e valeu cada dia e noite.
Amei seu post... sua experiência...as fotos e seus textos explicando tudo...adorei mesmo...viajei!!!!
Beijão Marcelo! Que bom que curtiu tanto...
Astrid Annabelle
Gratidão por nos mostrar, ensinar e brindar com sua viagem, fotos e muita informação!! Sejamos felizes sempre e ainda mais com um amigo assim :) bjo
Querido, vejo e quase possa tocar sua alma sensível e generosa. Agradeço emocionada o presente que nos dá com essa viagem. É um brinde ao nosso coração. Que Deus te abençoe onde você estiver neste momento! Realmente um ser vindo de muito longe para auxiliar a travessia deste nosso tempo.
Gracias! Izabel Ribeiro
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