quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Walkyria Maria: Mistura de Dor e Alegria

Os opostos convivem em Walkyria Maria. Aliás, apenas Walkyria, como prefere ser chamada. - Maria é um nome bonito, mas muito comum… diz ela. Bela em sua esquisitice, lúcida em sua loucura, inteligente em sua ingenuidade. Surge na festa e vai embora sem ser percebida, acham até que se desintegra no ar.

Quando anda, parece que flutua. Gosto de observar sua dança, Walkyria movimenta os braços como se estivesse em câmera lenta. Ouço uma conversa aqui outra ali sobre ela. Dizem que seus pais são milionários e estão sempre viajando, foi criada pelas muitas babás que teve e que assustava com suas maluquices. Nenhuma parava no emprego.

Seu estilo preferido é o gótico, influência da irmã mais velha (seu ideal de liberdade). Walkyria estuda pra ser estilista, é ela mesma quem confecciona suas roupas estranhas. Mais estranho ainda é seu bicho de estimação: um sapo! Um sapo chamado Flofy, que ela carrega pra cima e pra baixo numa gaiolinha de acrílico, toda furada pra ele poder respirar. Cuida desse bicho como se fosse o próprio príncipe encantado que um dia vai se transformar e a levar embora pra viver num castelo.

Não sei se anda sempre sozinha por vontade própria, ou se são as pessoas que têm medo de se aproximar dela. Já vi rapazes tentando se aproximar na pista de dança... mas quando dizem algo um pouco mais ousado em seu ouvido, levam um tapa na cara. Xi, ela já bateu em vários, fui testemunha.

Nesta festa em especial ela estava mais linda do que nunca, com um vestido preto de mangas listradas e uma aranha enorme bordada no peito. Por incrível que pareça, outro garoto de cabelo moicano e o rosto todo perfurado de piercing foi falar com ela e não levou o famoso tabefe. Ficaram um bom tempo conversando num cantinho escuro.

Pensei: - Hoje deve ser um dia mágico, finalmente Walkyria desencalhou! Mas no fim da noite vi os dois na chapelaria. Walkyria foi buscar o Flofy pra ir embora com o garoto. Quando o rapaz viu o sapo, arregalou os olhos e saiu correndo. Abandonou a pobre sem nem se despedir…

Walkyria se esgueirou cabisbaixa pela porta de saída. Não, ela não se desintegra. Anda de táxi, sente tristeza e alegria como todos nós, simples mortais.

19 comentários:

  1. ...Marcelo querido,
    vamos combinar:

    andar pela vida carregando
    um sapo,
    não pode ser coisa de gente
    normal...rs
    mas pensando bem...
    quem é normal neste mundo?

    bjuuuu, lindeza!

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  2. Pois é, querida! Como diz Caetano, "de perto ninguém é normal"...
    bjos

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  3. Marcelo

    não imaginas o quanto me tocou esta história. Sempre me senti assim um pouco Walkyria rkrkrrkrkr
    apesar de nunca me ter vestido de gótica, sempre fui assim interiormente.
    Há no gótico um romantismo maravilhosos, não fosse a tristeza constante e talvez eu fosse mesmo essa Walkyria. rkrkrkr

    A história está divinal, mostra como todas as mulheres ainda acreditam em príncipes e sapos, em como o não o encontrar nos deixa tão tristes, mas com um coração cheio de maravilhas para explorar.

    Parabéns amigo a ilustração está mais uma obra de arte ;)

    Beijcoas

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  4. Marcelo,
    Adoro quando você traz este ricos perfis que saltam da mesmice cotidiana.
    :)

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  5. Figura!!!!
    adorei a Walquiria Maria...
    Estou numa fase muito 'A vida como ela É.' Hehehe assim é melhor....
    Bj, valeu.

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  6. acho que no fundo todo mundo so quer ser aceito da forma que é...importante mesmo é saber , que se a gente não bastar a alguém é porque esse alguém não nos basta...

    Marcelo, sonhei com vc de novo...kkk, acredite se quiser eu escrevia uma peça de Teatro junto com você, e se chamava "Mulher de Marido Pobre" kkkk, foi tão engraçado...se acha ? de onde me vem essas coisas???vai ver eu nasci "lesa"da mesmo...rs sei não...kkkk

    beijos

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Adorei!!
    Fiquei com peninha dela, tadinha.
    Quando se é muito diferente é meio complicado ser aceita...
    Marcelo querido, também gosto muito daqui!!
    Bjss

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  9. Marcelo

    Uma mulher especial. Gostei da sua história e da ilustração. Tenho algo da Walkyria em mim.

    Abraço.

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  10. Oi Marcelo.
    Sou meio ela também.
    Não gosto de muito movimento, prefiro lugares pequenos.
    Coisa de bicho do mato, coisa de Walkiria....

    bjo.

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  11. Meus queridos, que comentários maravilhosos!!!!! Percebo que meus textos mexem com as mulheres em especial. Hummmm vou explorar mais isso... hehehe
    Cris, sonhou de novo? Acho que nos encontramos mesmo em algum plano, temos uma grande sintonia. Adoro seus contos tb!!!
    bjos e abraços a todos!!!!

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  12. Marcello, li seu comentário no blog da Vivian, e se você gosta de lá, pensei, vou gostar do blog dele. E deu certo.

    Ri com a história de Branca de Neve.

    Não somos acostumados a conviver com pessoas diferentes de nós. Walkyria faz parte de um grupo que causa estranheza a maioria, e até assusta. Ela anda com um sapo na gaiola, e nós com o sapo na ponta da língua, nos olhos, na alma...pronto a pular a qualquer momento e assustar e afastar. E olha que nem precisa ser o sapo feio, até o sapo do amor pode assustar.

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  13. É verdade, Paula, bela analogia. Aliás, bem vinda! Novos amigos são sempre uma bênção... sinta-se acolhida e volte sempre!
    bjos

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  14. Gostei muito do seu blog, é a primeira vez que passo por aqui e quero ficar.

    Te linkei aos meus favoritos.


    Abraços
    Hugo de Oliveira

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  15. Que legal Hugo!!! Sinta-se em casa!!!! Vou já conhecer seu espaço.
    abraço!

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  16. Aliás, bem vinda! Novos amigos são sempre uma bênção... sinta-se acolhida e volte sempre!
    bjos
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  17. Os teus desenhos e mandalas são nota 1000, exelentes!
    Parabéns Marcelo!
    Gi

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  18. Ai, ai, vou me deliciar quando voltar para comentar sobre a minha supermegaexoticaextravaganteintrigante xará. Bjs

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  19. Temos Flofys,historias,marcas e cicatrizes e muitas vezes espantamos os cegos que não olham nem as suas proprias marcas.
    Eu te pergunto: Quem precisa de cegos de sentires rs?

    Tudo aqui é lindo e magico.
    Sinto-me grata por aqui ter chegado.
    carinho
    Denise

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