Compus uma música molhada
Pra poder nadar dentro dela.
É a luta entre as forças das sombras e da luz
Que a torna tão densa,
Que inunda a sala até o teto
Com vozes, sopros, cordas, metais e grandes silêncios,
Por onde consigo vir à tona.
Melodia em água fervente que redime todos os crimes,
Mas queima também qualquer inocência.
Seu andamento fortíssimo me arrasta,
Sigo os compassos em inúteis braçadas,
Desoriento-me na espuma dos acordes.
Ondas gigantes lavam até o canto mais recôndito da alma,
Notas dissonantes soam como um grito de liberdade
E semicolcheias são bolhas de ar por onde eu respiro.
Até que o ritmo muda, a maré chega
E um gran finale me conduz de volta à margem
Onde não consigo permanecer por muito tempo,
Porque logo vem a vontade
De me afogar de novo nas águas desse som.
4 comentários:
Marcelo, muito forte este poema. Lindo.
Lindo Marcelo!
Copie para publicar lá no blog num próximo post, com sua autorização é claro.
Bjs.
Fátima querida! Se puder, copie de novo... corrigi algumas coisinhas... rs bjos querida!
Muito lindo, adorei, parabéns!!!! Bjs
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