terça-feira, 24 de março de 2009
Histórias de Amor
Olho pra um dirigível flutuando lá fora da janela. Todos os dias, quando sento pra escrever nesse computador, é só levantar os olhos e ele está lá. Fica dando voltas, exibindo um imenso letreiro da Good Year e um painel eletrônico onde não se enxerga o que vem escrito. De repente some, aparece de novo, dá voltas e mais voltas como que pra me provocar. Queria estar lá dentro, pular da minha janela e agarrar a cordinha que vem presa no seu nariz. Assumo que sou aéreo e me cansa um pouco a terra, tenho essa necessidade de pairar de vez em quando sobre todas as coisas. Lá vem de novo o Zeppelim! Se ele se aproximar mais, juro que me jogo pra dentro dele. Outro dia acenei, gritei, tentei inclusive enviar um chamado com os poderes da mente. Naquela mesma noite sonhei que o piloto me ouvia e estacionava na cobertura do meu prédio. O porteiro me interfonou avisando e subi correndo. O piloto era um garoto lindo, loiro, de olhos verdes, os cabelos longos ao vento. Vestia um macacão da aeronáutica (com o logo da Good Year no peito, claro). Foi amor à primeira vista, ficamos aos beijos flutuando acima do parque do Ibirapuera, beijos tórridos, meus óculos escuros caíram no lago. Acordei num susto, quando um helicóptero da polícia nos flagrou nus dento da cabine. Paranóia inconsciente de que eu não mereço coisa tão boa, talvez... E agora aquele dirigível me perturba, não me deixa trabalhar, preciso abstrair, mas ele parece que vem mais perto. Sim ele está vindo pra cá, não é possível… só agora notei que o vento está forte, está chegando cada vez mais perto… parece que ainda estou sonhando... consigo ver o piloto, não é loiro, está apavorado, perdeu o controle! Vai bater, meu Deus!…
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